A festa acabou. A luz apagou. E eu envelheci...

 Em tempos de muitas festas.  As luzes não se apagam, pois ao amanhecer precisamos de mais subterfúgios para esconder nossa alma dá dor humana.

Chegará um dia que a nossa festa será dentro dá nós.  Uma festa solitária. Sem penetras. Sem risos . A lágrima nos acusará de lembranças esquecidas. O memorial de informação será acessado pela mente.

Será o momento mais complexo . Incorporar lembranças no corpo físico. Fechar os olhos e dizer: "Chegou o momento de acertar as coisas. " 

Esse é o momento em que a conta que pendurei será atualizada na moeda atual .

É o momento em que entenderemos que deixamos de fazer ou falar tantas coisas. Que esquecemos.  Os abraços, os perdões. Momento de pensar onde estão aqueles a quem fiz viver? Onde estão os outros que um dia olhei nos olhos?

De quem despedirei? Ninguém nasce acompanhado. Portanto fechar as cortinas de nosso teatro  cabe somente a nós.

Quantas vezes sorri, fiz nascer flores nas terras áridas de algum coração? Quais foram as vezes em que me aprofundei no meu ente mais próximo? Será que entendi seu amor, sua dor, seus medos?

Oh não? Eu vivi só para mim. Eu trabalhei demais, eu não observei as crianças na tarde de um domingo a correr no parque.

 Ou meditei nas mãos que entrelaçam outras. Pequenas ou grandes mãos. Essa festa passou tão rápido. Essa festa se esvaiu de mim pouco a pouco.

E agora?  Mas não é ...E agora "José?" É e agora oh minha alma, cadê sua festa? Seus risos, os riscos e amores? Cadê nosso memorial?

A luz apagou. As cortinas vão fechando lentamente. Eu queria ter dançado mais... Contado as estrelas que eu pudesse. Olhado o céu em dias de inverno. Só para não deixa-lo solitário.

Ainda há tempo aí em seu coração? No meu creio que sim. Então vá, arrume- se . Dance, cante, ame. Plante flores no coração de alguém. Faça a festa valer a pena. Crie um memorial para ser acessado com as melhores lembranças.

Acima de tudo... Seja leal a você mesmo (a) . E se dê a chance de escrever sua própria história.

A luz apagou a festa acabou e a minha vida rendeu amores, dissabores, riqueza de amigos, mágoas e dor. Mas por tudo e para tudo. Eu mesma apaguei com sabedoria e despedi como uma boa anfitriã os convidados todos que passaram pela minha festa. Ano após ano.

Boa sorte! Viva bem ...

Suellen LourenÇo Maper